quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Neo-Luditas: DemaZiado Umanos

Somos cegos. Surdos e mudos. E como bons Umanos não reparamos que temos que usar óculos para enxergar, aparelhos para ouvir e microfones para falar. E isso já faz algum tempo1. Estudamos e utilizamos persistentemente técnicas e métodos que abordamos a séculos, pouco são os Humanos que conseguem ver as potencialidades das tecnologias empregadas ao livre arbítrio. Se dependemos a gerações de aparatos tecnológicos para concertar nossos velhos corpos biológicos, como pretendemos ser dignos de ser a única forma de inteligente a “dominar” a Terra? Parece ingênuo pensar que as maquinas não irão superar nossos processos de raciocínio e nossas estruturas baseadas em cadeias de carbono. E devemos ter orgulho de ter projetado tal forma de viva (por enquanto a enxergados como artificial).
Estamos em 2007, não sei se toda a humanidade sabe disso, por isso me parece um informação relevante. Um neo-ludismo2 inconsciente parece pairar sobre a contemporaneidade. Pessoas passam o dia trabalhando em frente a computadores e a internet , falam horas em celulares, utilizam carros com injeção eletrônica, fora os aparelhos citados no início, e mesmo assim não conseguem entender arte digital e admiram e produzem gravuras e pinturas que são discutidas no mundo das Artes a séculos (literalmente). Não podemos negar que existem milhares de interpretações e questões minuciosamente resolvidas sobre as técnicas e poéticas clássicas, mas insistimos em revelas na esperança romântica de “ir alem”. Questões contemporâneas exigem (EXIGEM) técnicas contemporâneas. Não posso falar de como a internet mudou minha vida em uma pintura a óleo! Se fala tanto em fim do preconceito mas não percebemos que somos inseguros perante o futuro próspero que esta sendo proporcionado pelas tecnologias. Caros artistas, críticos, filósofos, antropólogos, cidadãos, vistamos nossa roupagem maquínica sem preconceito! Vamos usar óculos, microfones, satélites, GPS, internet sem culpa! Olhemos em nossos calendários para acertar nosso calendários mentais. Nenhuma civilização descartou uma evolução tecnológica e não sejamos os primeiros a regredir.

1. Segundo Miguel Giannini, esteta ótico brasileiro e diretor do Museu do óculos Giconda Giannini, o filosofo chinês Confúcio foi o primeiro a relatar registros dos primeiros óculos aproximadamente 500 anos a.c., porém a ótica aparece realmente 1.400 anos depois. No final do século dezenove surgiu a primeira prótese auditiva elétrica, a partir da invenção do telefone por Graham Bell, em 1876. Emile Berliner inventou o microfone em 4 de março de 1877, porém o primeiro microfone usável foi inventado também por Graham Bell.

2. “Em março de 1990, Chellis Glendinning, psicóloga do novo México, publicou " Notas rumo a um manifesto neoludita", buscando das legitimidade aos que resistiam, por se sentirem incomodados, de um jeito ou de outro, ante a tecnologia da segunda Revolução Industrial; o texto lançou idéias afim de articular as criticas e objetivos do grupo.
"Os neoluditas têm a coragem de olhar a catástrofe total de nosso século, resultantes do fato de as tecnologias criadas e disseminadas pela sociedades ocidentais modernas estarem fora de controle e profanando a frágil teia da vida na Terra", escreveu a autora. Em seguida, sublinhando o elo com o passado, ela acrescentou: " Como os primeiros luditas, também somos pessoas desesperadas, procurando proteger as existências, famílias e comunidades dos que amamos, e que se encontram beira da destruição".
Argumentando que a eficaz resistência a esse processo " requer não somente regulamentação, ou eliminação de itens específicos - pesticidas ou armas nucleares", mas também " novas maneiras de pensar" e, em contrapartida, "a criação de uma nova visão de mundo".

Nenhum comentário: