segunda-feira, 9 de julho de 2007

Compilação 0.7

O espaço virtual rompe o físico e amplia seu alcance em outras dimensões. A partir dessa premissa, o artista Jack Castro Holmer pretende levantar o maior número de percepções possíveis nos espaços criados pela realidade virtual. O resultado pode ser contemplado na mostra Compilação.0.7que abre na próxima quarta-feira (23), às 19 horas, no Museu de Arte Contemporânea (R. Desembargador Westphalen, 16). Na ocasião serão apresentado oito objetos e uma instalação que abordam questões contemporâneas como a consciência virtual, a inteligência artificial e a vida na era pós-biológica, utilizando a arte aliada à tecnologia como condutoras. "Pretendo mostrar como tudo isto expande nossos sentidos, nossa consciência", resume Holmer.

A exposição é dividida em três nichos temáticos, que trazem conceitos técnicos e poéticos de forma distinta, mas interligados pela interatividade, usando mídias híbridas como suporte. A virtualidade será total na instalação multimídia Espaço Expandido – Presença Sutil, que irá reproduzir o espaço físico da sala Theodoro De Bona em meio virtual. Para isto, o espectador, individualmente, irá se equipar de um óculos, para que possa enxergar a representação do espaço onde estarão inseridos "entes" que animam o ambiente. Usando um joystick, o público irá navegar pela sala virtual, investigando o local coabitado pelas personagens - presenças misteriosas que ocupam o espaço físico, mas só são percebidas na reprodução virtual. "A presença sutil incita a espiritualidade, aquilo que não é perceptível aos olhos. Desta forma, torna-se possível expandir o espaço físico como também dar novo alcance à consciência", declara o artista.

No nicho denominado Pele Aberta, serão apresentadas quatro plotagens sobre papel, em chasis de 1,20 x 0,70 m. As obras são constituídas de aproximadamente 25 imagens fotográficas, num olhar de 360° sob o corpo humano. As obras enfatizam a visualização plana do meio digital, que costuma ser tridimensional e infinito. Porém, quando aplicado em um suporte concreto, suas peculiaridades e limites são questionados. O núcleo Seres de Luz traz quatro objetos articulados, construídos de plástico e metal, com pequenos motores de movimento que são alimentados por placas de captação de luz. Quando iluminados, os seres ganham vida, passando a se mover aleatoriamente, variando de acordo com a incidência de luz. Cabe ao espectador acionar e manipular a fonte de energia motora destes objetos. "Estamos deslumbrados com a chamada inteligência artificial, mas muitos dos avanços de hoje são tecnologias programadas, mecânicas", finaliza Holmer.

Secretaria de Estado da Cultura
Assessoria de Imprensa