quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Peuqenos contos do Senhor Jack - O Homem da Cama

o Homem da Cama

Silencioso na cama estava.
Serrava os olhos para que ela não percebesse que ele estava acordado. Ela tinha saído da cama a uns 15 minutos ou mais. Ele, deitado no meio da cama, finja estar dormindo para poder pensar com calma no que tinha acontecido. Faziam seis anos que ele não a via. Mas logo percebeu que ela não tinha mudado em quase nada. Continuava aquela vagabunda dos tempos do segundo grau. Tinha emagrecido um pouco, isso tinha, mas aquela força maldosa de seus olhos castanhos, ainda continuavam, porém mais maduras e fortes. E ali, naquele quarto desconhecido, tudo parecia fazer mais sentido. Estava se segurando para não se apaixonar por ela novamente como a seis anos atrás. Tentava, mas não com muita vontade. Em seis anos tinha superado a dor da perda anterior e pensava, com malandragem, que poderia tirar proveito da situação. Digo malandro, como todo o homem jovem acha que é. Estava um pouco preocupado por que o sexo foi rápido demais. Mas ele achava que ela tinha gozado, pelo que pode perceber, ela não tinha por que fingir para ele. Para ele, pensou sorrindo de canto de boca, para o marido...
Ele se sentia bem. Vitorioso como um bom másculo. Viril e sacana, como um bom homem. Afinal quem tinha que ir embora dali a dois dias ela era. Ele apenas voltaria para a casa da mãe, a poucas quadras dali. E ali, esparramado sobre a cama fingindo estar dormindo, pensava no próximo passo. Como convence-la a voltar. Para cama ou para ele tanto faz. tinha superado a perda de seis anos atrás, e se achava capaz de ser mais esperto que a vagabunda.
Sentiu um vento frio entrar pela janela e viu, mesmo com os olhos semi-abertos, o pano podre da cortina se levantar. Respirou fundo e fechou os olhos para enfim dormir o sono dos pródigos, sem pensar no que ela fazia no outro canto do quarto.

Um comentário:

Anônimo disse...

ai ai ai, sr. j!